28 janeiro 2007

Monsieur Cheval, le facteur ou "Quem quer ser arquitecto?"

Ferdinand Cheval, qui a construit son Palais Idéal pierre par pierre pendant trente trois ans, avait un «jumeau» artistique et il n'en savait rien. Jamais Antonio Gaudi, l'architecte catalan et le paysan Cheval ne se seront rencontrés et pourtant, ils auront participé, chacun de leur côté, au grand mouvement de l'art moderne et au surréalisme.
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Pas sûr qu'une telle histoire se produirait aujourd'hui. Ferdinand Cheval était inspiré, tout seul dans son coin, et il réalisait son rêve en entassant des cailloux. Sans modèle, sans jamais rien échanger, sans rien. Si ce n'est l'observation de quelques cartes postales du monde entier qu'il distribuait au cours de son interminable tournée dans la campagne drômoise.

25 janeiro 2007

o arquitecto e a ARTe (falando sério)












O acto criador do arquitecto encontra-se irremediavelmente apegado a fins específicos e sempre na contingência de ser executado mediante a observância de determinados limites. Esta relação dialéctica entre o modo como o arquitecto poderá agir e como age é mais notável na arquitectura do que em qualquer outra expressão artística, em que o artista apesar de, obviamente, se encontrar num determinado espaço e num determinado tempo pode executar as suas obras de forma mais liberta (descurando uma funcionalidade imediata que obviamente não o importunará), não se prendendo a necessidades imediatas e não considerando as coisas primordialmente sob o signo do útil. Na arquitectura esta relação é inevitável. Ainda assim, os grandes movimentos artísticos tiveram sempre o seu reflexo na arquitectura, sendo esta a imagem imponentemente visível dos diversos postulados que norteiam a acção da maior parte desses movimentos. Daí a sua importância para estes. Marcel Duchamp pautou a sua vida por atitudes irónicas que vieram a tornar-se artísticas. A criação dos ready-made terá surgido mais de uma atitude provocatória do que de uma postura intelectual ou artística. Mas não faltaram ideólogos dispostos a justificar teoricamente os ready-made, mas isso é outra discussão. Se se analisar a obra Pharmacie (1914), pode verificar-se que é uma reprodução barata de uma paisagem desinteressante, provavelmente comprada num bazar barato (podem acima ver-se 3 versões realizados em anos diferentes por Duchamp ou outros artistas). Esteticamente é particularmente patética, a paisagem, as cores da reprodução e mesmo os dois pontos acrescentados por Duchamp (um vermelho e um verde ou azul, já que a obra foi replicada pelo artista e por outros artistas). No entanto, a ideia de fazer uma intervenção aleatória num suporte existente, é tão original como irónica. Interrogado sobre qual das atitudes prevaleceu na obra, respondeu aos seus interlocutores como Einstein respondeu à comunidade científica quando lhe perguntaram como provar a Teoria da Relatividade: encolhendo os ombros. Não será isso o acto genuinamente artístico?

24 janeiro 2007


Pintura, escultura, desenho, arquitectura, design, cinema, fotografia, teatro, literatura...
Ainda que estas formas de expressão povoem o nosso quotidiano, a verdade é que para muitos de nós, e principalmente para muitos dos nossos alunos, elas se mantém distantes, estranhas, incompreensíveis. A “redescoberta do outro e do outro mundo fica por fazer e a nossa perspectiva do que nos rodeia fica muito limitada”.
Este projecto nasce, assim, da vontade de promover uma urgente literacia em artes, através de actividades que conduzam:
. à apropriação das linguagens elementares das artes;
. ao desenvolvimento da criatividade;
. ao desenvolvimento da capacidade de expressão e comunicação;
. à compreensão das artes no contexto.

Pensar num projecto para o desenvolvimento do ensino artístico é um desafio.
UM GRANDE DESAFIO... porque se pretende um trabalho interdisciplinar, porque se pretende mexer com a imaginação, a razão e a emoção de alunos, professores e toda a comunidade educativa. Mas esta chamada de atenção para as diferentes manifestações artísticas influenciará, decerto, a aprendizagem de todos, pois, recorrendo ao que é apresentado no Currículo Nacional do Ensino Básico, (...) contribui para o desenvolvimento de diferentes competências e reflecte-se no modo como se pensa, no que se pensa e no que se produz com o pensamento.”

Só para começar ...


“A Arte ensina-nos a ver. Ela motiva-nos e instiga a nossa curiosidade para uma redescoberta do outro mundo. Pela arte sentimo-nos convidados a relativizar o nosso reduto individualista e a adoptar posturas diferentes, abrindo-nos a novas perspectivas de leitura de tudo aquilo que nos rodeia.”

René Huygue